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alemão tem título que falta a Neymar e foi admirador de Che Guevara

Paul Breitner não tem muitas papas na língua. Nesta terça-feira repercutiu uma declaração do ex-jogador sobre Neymar e sua ida para o Al-Hilal, da Arábia Saudita. O alemão agradeceu aos sauditas pela contratação do brasileiro.

“Obrigado, queridos sauditas, por comprarem o Senhor Neymar, um dos jogadores de futebol mais duvidosos que existem nos últimos anos. Um dos maiores jogadores de futebol que só faz teatro, que só quer marcar território. Terrível. É um germe dos mais enganosos. Tenho de dizer: muito obrigado por não ter de aturar mais ele”, afirmou Breitner durante o programa Blickpunkt Sport do canal alemão BR.

Breitner não foi um jogador qualquer e hoje milita como comentarista esportivo. Atleta histórico do Bayern de Munique, também teve passagem exitosa pelo Real Madrid. Lateral-esquerdo acumulou taças, entre elas a mais importante, com a seleção alemã: o título mundial de 1974. O troféu com a seleção brasileira é um dos que falta a Neymar.

Breitner está em grupo seleto e não poupa colegas de críticas

Hoje com 71 anos, Breitner começou cedo na seleção alemã. Começou sua carreira no conjunto tetracampeão aos 20 anos e logo ajudou a erguer a taça da Eurocopa, em 1972. Na Copa de 1974, não ficou restrito à marcação e anotou três gols: diante de Chile, Iugoslávia e na final, empatando o jogo para a Alemanha diante da Holanda, em cobrança de pênalti.

Mesmo com a ótima performance e sendo decisivo, Breitner extravasou e não poupou comissão técnica alemã e seus atletas de fortes críticas. “Senil”, “idiota” e “burros” foram as palavras usadas pelo então lateral. Por causo de entrevero, ficou afastado da seleção da Alemanha até 1981. No ano seguinte, marcou na final da Copa, mas seu país acabou derrotado pela Itália. Breitner, Pelé, Vavá, Zidane e Mbappé são os únicos atletas a marcar em duas finais de Copa.

Tricampeão alemão (1972, 1973 e 1974) e vencedor da Champions League (1974) pelo Bayern de Munique, Breitner migrou para o Real Madrid após a conquista do Mundial pela Alemanha. No clube merengue, faturou dois Espanhóis (1975 e 1976) e deixou a lateral para atuar como volante. Em 1977, voltou ao país natal, mas para atuar no modesto Eintracht Braunschweig, em região próxima a Hannover. No ano seguinte, retornou ao Bayern para ganhar mais dois Alemães (1980 e 1981).

Aposentado em 1983, Breitner foi contratado para ser técnico da seleção alemã após a Copa de 1998, mas acabou destituído horas depois após ter o nome reprovado pela cúpula da Federação. O ex-jogador também foi acusado de embriaguez pelo ex-goleiro Harald Schumacher e admitiu haver doping nos clubes e seleção do país.

Em 2013, o Estadão montou uma lista da seleção de todos os tempos e incluiu Breitner na lista, que tinha: Yashin; Djalma Santos, Bobby Moore, Scirea e Breitner; Cruyff, Beckenbauer e Maradona; Garrincha, Pelé e Puskás.

Breitner interpretou personagens no cinema e foi ligado à esquerda na política

Breitner também atuou em filmes, como Potato Fritz, no papel de Sargento Stark. Fora de campo, foi bastante criticado ao raspar a barba para uma campanha publicitária às vésperas do Mundial de 1982, porque estaria rompendo com seus ideais. Quando atuou no Real Madrid, doou uma boa quantia (500 mil pesetas, moeda espanhola à época) para trabalhadores que estavam em greve, movimento considerado ilegal naquele período.

No campo político, Bretiner foi um dos poucos expoentes na Alemanha a falar sobre o tema em uma época em que a Cortina de Ferro dividia a Alemanha em dois. Após posar diante de um cartaz do líder chinês Mao Tsé-Tung na juventude, se disse admirador de Che Guevara e Ho Chi Minh e leu Karl Marx e Friedrich Engels. Atualmente, diz que se interessou pelo tema, mas nunca se rotulou como comunista.

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