Notícias
Analista militar detida na Venezuela responderá por ‘traição’ e ‘terrorismo’
A ativista e especialista em questões militares Rocío San Miguel, detida quando se preparava para deixar a Venezuela, será acusada de “traição à pátria”, “terrorismo” e “conspiração”, informou o procurador-geral, Tarek William Saab, nesta segunda-feira.
- Entenda: ONGs e partidos venezuelanos denunciam prisão de ativista e crítica do governo
- Essequibo: Imagens de satélite mostram mobilização militar da Venezuela na fronteira com a Guiana
Saab declarou que o Ministério Público solicitará ao tribunal antiterrorismo que cuide do caso de “privação judicial preventiva de liberdade contra a cidadã Rocío del Carmen San Miguel Sosa pela suposta prática dos crimes de traição, conspiração, terrorismo e associação, entre outros”.
A defesa de Rocío afirmou que ela e cinco de seus familiares — sua filha, dois irmãos, seu pai e seu ex-marido — são alvo de um “desaparecimento forçado”. De acordo com a equipe da ativista, ela já passa 100 horas incomunicável e compareceu a audiência de apresentação sem advogados de sua confiança para garantir “o direito à assistência jurídica”.
— [Este é] um padrão claro de desaparecimento forçado — disse Juan González Taguaruco, um dos advogados de defesa da ativista detida em 9 de fevereiro na área de imigração do aeroporto de Maiquetía, que serve Caracas.
O Ministério Público também solicitará a privação preventiva de liberdade do militar reformado Alejandro José Gonzales De Canales Plaza, ex-companheiro de Rocío, pela “suposta prática dos crimes de revelação de segredos políticos e militares relativos à segurança da nação, obstrução de administração da Justiça e associação”.
- Repressão: Aumenta para 36 número de presos acusados de suposto plano para matar Maduro na Venezuela
Saab indicou que estava em andamento uma audiência de apresentação de seis “cidadãos que, após rigorosas investigações preliminares, parecem supostamente envolvidos na trama conspiratória chamada ‘Brazelete Blanco'”.
O procurador não especificou se entre as seis pessoas apresentadas em tribunal estão familiares de Rocío. O governo descreveu “Brazelete Blanco” como um plano para atacar uma base militar em Táchira, na fronteira com a Colômbia, para posteriormente assassinar o presidente venezuelano Nicolás Maduro.