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Barcelona tem bastidor ‘fervendo’ e não descarta saída de Xavi
Menos de um mês depois de garantir a permanência para a próxima temporada, o Barcelona já debate novamente o futuro de Xavi Hernández, segundo fontes confirmaram à ESPN.
A versão oficial no Camp Nou é de que nada mudou, mas fontes admitiram à ESPN que “não está descarta” a demissão do treinador, acrescentando que o presidente Joan Laporta nunca confiou no comandante da equipe.
Outra fonte indicou que há uma disputa interna no clube sobre a continuidade de Xavi.
Embora algumas vozes importantes sejam favoráveis à permanência do técnico, Laporta está pressionado há semanas para decidir pela saída do treinador. Segundo apurou a ESPN, é algo presente tanto de dentro de sua própria diretoria quanto de fora do clube.
O staff de Xavi está tentando minimizar a tensão nos bastidores e pedindo “calma”. Segundo fontes disseram à ESPN, os representastes não receberam nenhuma informação da diretoria sobre uma possível saída.
Fontes próximas a Laporta e Xavi não mostraram surpresa pela forma como as coisas tiveram um novo rumo nos últimos dias porque veem o presidente como uma pessoa que “lidera o clube pelo lado emocional”.
O gatilho que gerou novas dúvidas de Laporta sobre a continuidade de Xavi foi a coletiva de imprensa na véspera da partida contra o Almeria, em que o treinador se referiu às dificuldades financeiras que travavam a tentativa do clube em brigar por títulos.
O presidente do clube não viajou com a delegação para a partida, como de costume.
Fontes disseram que isso se deveu à reavaliação sobre a continuidade de Xavi no cargo, com diversas influências internas e externas pressionando para que o técnico seja demitido.
O treinador de 44 anos anunciou em janeiro a decisão de deixar o cargo no final da temporada, mas deu decidiu voltar atrás no mês passado, apesar da queda do Barcelona na Champions League e de ver o Real Madrid conquistar o título de LALIGA.
A decisão, segundo apurou a ESPN, aconteceu após reunião com Laporta em sua casa, em Barcelona, mas fontes afirmam que o discurso de Xavi à imprensa foi diferente do otimismo que demonstrou ao presidente naquela noite de abril.
“Vamos tentar competir”, disse Xavi esta semana. “A situação é financeiramente difícil. Não tem nada a ver com o que acontecia há 25 anos, quando o treinador chegou e disse ‘Gosto deste jogador, deste e deste’. Não funciona mais assim. Os torcedores precisam entender a situação. Como treinador, entendo o que está acontecendo e é assim que vamos administrar as coisas”.
“Neste momento, não estamos nas mesmas condições de outros clubes com melhor fair play [financeiro]. Essa é a realidade. Os torcedores devem saber. Mas isso não significa que não tentaremos alcançar os nossos objetivos”.
Esses comentários irritaram Laporta.
“Nada me foi dito pessoalmente [pelo clube]”, disse Xavi a repórteres após a vitória no duelo diante do Almería. “A relação não mudou. O vice-presidente [Rafa Yuste] viajou, assim como outros diretores”.
“Acabei de dizer o que penso, o que é real, que vamos lutar por tudo, mas a situação não é fácil e estamos todos trabalhando juntos para reverter a situação. Estou ansioso pela pré-temporada, planejando com [diretor esportivo] Deco. É uma honra estar no melhor clube do mundo, com a ambição de ganhar troféus”.
“Acabei de dizer que a situação financeira não é a melhor, mas estamos todos trabalhando arduamente para dar mudar a situação e nos fortalecer para a próxima temporada. Nada mudou, embora compreenda que há sempre uma agitação aqui”.
O Barcelona abriu as portas para que Xavi permanecesse no cargo devido aos problemas para encontrar um sucessor, em parte pela falta de opções disponíveis no mercado, mas também pela dificuldade financeira do clube, que impossibilita a busca por qualquer nome empregado para assumir o projeto catalão.
Xavi, por sua vez, concordou em permanecer porque é um “homem do clube”, mas uma fonte próxima à comissão técnica disse à ESPN na época que o sentimento era “agridoce” porque se sentiam “enfraquecidos”, e que estariam na mira no primeiro problema.
O treinador, que fez mais de 700 partidas pelo clube como jogador, substituiu Ronald Koeman em 2021 e levou o Barça ao segundo lugar em sua primeira temporada à frente da equipe, e em seguida comandou o título de LALIGA e da Supercopa da Espanha.
O Barcelona não conseguiu repetir esse sucesso nesta temporada, embora tenha chegado às quartas de final da Champions League pela primeira vez desde 2020.