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Dia da Cerveja: conheça os 7 rótulos entre os mais caros do mundo | Bebidas
A cerveja é conhecida por ser uma das bebidas alcoólicas mais antigas e populares do mundo. E toda primeira sexta-feira de agosto, é quando se celebra o Dia Internacional da Cerveja.
A origem da data no calendário é recente – foi registrada pela primeira vez em 2007 na Califórnia, Estados Unidos – e, apesar de não ser “oficial”, já foi adotada pelos cervejeiros.
Sommelier e especialista de cerveja há mais de dez anos, o jornalista e professor Luís Celso Jr. preparou uma seleção para a GQ Brasil elencando os sete rótulos mais cobiçados e caros do mundo.
Na lista preparada por ele, aparecem opções raras de cervejas espumantes, trufadas, que chegam a levar até três anos para ficarem prontas e custar R$ 760 a garrafa de 750ml. Confira a seguir:
Rótulo da Cerveja 3 Fonteinen Schaarbeekse Kriek Oogst 2020/2021 — Foto: Untappd/Keith DAmbrosio
Esse rótulo é uma Fruit Lambic, uma cerveja de fermentação espontânea feita na região do Vale do Rio Senne, nos arredores de Bruxelas, capital da Bélgica. São cervejas profundamente ácidas, com aromas rústicos, como couro, celeiro e caprílico. No entanto, mais do que isso, essa cerveja utiliza cerejas Schaarbeekse, bastante raras hoje em dia.
Para fazer o lote desse ano, a Cervejaria 3 Fonteinen colheu as frutas nos pomares e quintais de mais de 70 famílias locais. Depois, foram inseridas numa Lambic por sete meses. Por fim, ela ainda foi blendada com mais dois barris de produções e envelhecimentos diferentes. Ao todo, cada litro usou 375 gramas de cereja e chegou a 6,5%.
Valor: R$ 740 a R$ 760 (750ml)
Brewine Leopoldina Barley Wine
Rótulo da Brewine Leopoldina Barley Wine — Foto: Divulgação
Uma cerveja do estilo inglês Barley Wine que, em tradução livre, significa vinho de cevada. O apelido vem do alto teor alcoólico, corpo elevado, além do aroma e sabor profundamente frutado. Esse rótulo da Cervejaria Leopoldina, que é o mesmo grupo da Vinícola Casa Valduga, foi envelhecido por 3 anos em adegas com técnicas utilizadas em vinhos fortificados, como o Porto.
Além disso, é apresentada numa linda garrafa espacialmente desenhada para colecionadores. Foi premiada com medalha de ouro nos concursos Brussels Beer Chalente e Brasil Beer Cup em 2021, além do Concurso Brasileiro da Cerveja em 2019. Há também uma versão trufada lançada agora em 2023. Ela utiliza maltes defumados em turfa para agregar ainda mais complexidade ao produto.
Valor: R$ 549,00 a R$ 599,00 (700 ml)
Rótulo da Cerveja Deus – Brut Des Flandres — Foto: Divulgação
A cerveja Deus já foi considerada a mais cara do Brasil. Foi uma das primeiras a utilizar o método tradicionalle, ou método champenoise em uma cerveja, inaugurando um estilo. Trata-se da forma mais clássica de produção de espumantes, que são refermentados nas garrafas em caves por longos períodos.
A cerveja é produzida na cervejaria na Bélgica e depois levada para a região de Champagne, na França, onde passa pelo processo champenoise. A produção é limitada a 15 mil garrafas por ano.
Em termos de aparência, aroma e sabor, é um misto dos dois mundos. Tem cor amarelo-claro, com belo perlage e formação de espuma rápida. No aroma e sabor, há notas florais, de manjericão, de uvas-brancas e vinificadas, com um suave toque condimentado, como noz-moscada, e 11% de álcool.
Valor: R$ 377,00 a R$ 442,00 (750 ml)
Straffe Hendrik Heritage 2018
Cerveja Straffe Hendrik Heritage 2018 — Foto: Erasmo Kruger/Cervejeiro Fotógrafo
Essa cerveja é do estilo Quadruppel, com 11% de álcool, feita pela cervejaria De Halve Maan a título de edição especial e limitada. Ela é produzida apenas uma vez por ano, durante o outono, e envelhecida por mais de 12 meses em barris de carvalho.
Na edição 2018, foram usados barris de vinho Bourdeaux. Traz potentes notas frutadas, lembrando frutas secas, com maltes tostados e como caramelo, além da marca da madeira, com notas de baunilha e amadeirado, com um leve toque vínico que se acentua com o envelhecimento.
Valor: R$ 329,00 a R$ 400,00 (750 ml)
Fuller’s Vintage Ale 2014
Safra de 2014 da Cerveja Fuller’s Vintage Ale — Foto: Wine and Beer/disorder.dk
A Vintage Ale, da inglesa Fuller’s, é uma das mais tradicionais séries de cerveja do mundo. Todas as garrafas são safradas e numeradas e tem alto potencial de guarda, podendo melhorar com o tempo. A 2014 é a 18ª edição dessa série anual e a mais antiga ainda comercializada no Brasil.
Trata-se de uma Old Ale feita com o lúpulo inglês Goldings, de notas herbáceas e terrosas, e americanos Cascade e Liberty, com notas florais e cítricas, como grapefruit. Isso tudo sobre uma base maltada, lembrando tostado e caramelo, com toque frutado de ameixas secas, além de 8,5% de álcool.
Valor: R$ 299,00 a R$ 430,00 (500 ml)
La Trappe Quadruppel Magnum
Rótulo da Cerveja La Trappe Quadruppel Magnum — Foto: Divulgação
É claro que além da raridade ou exclusividade da cerveja, o tamanho também compõe o preço. Essa versão da tradicional cerveja La Trappe Quadruppel é uma edição especial que vem em garrafas Magnum, com capacidade de 1,5 litros. A cerveja no mosteiro holandês de Koningshoeven sob supervisão de monges trapistas.
Essa cerveja tem 10% de álcool, alto potencial de guarda, além de cor marrom, boa espuma, notas principalmente frutadas, com nuances de frutas secas, como uvas-passas, tâmaras e ameixas secas, atém de notas como caramelo e amêndoas.
Valor: R$ 236,00 a R$ 350,00 (1,5 litros)
Goose Island Boubon County
Rótulo da Cerveja Goose Island Boubon County — Foto: Divulgação
Criada em 1992 por Greg Hall, filho do fundador da Goose Island, esta cerveja é resultado de um blend de várias Imperial Stouts que foram maturadas por 8 a 14 meses em barris recém esvaziados de Bourbon de destilarias como Heaven Hill, Wild Turkey e Buffalo Trace.
Preta, opaca, tem aroma potente, apresentando notas de cacau, chocolate amargo, baunilha, carvalho, coco queimado, melaço e whisky, com toque de licor de ameixa e amêndoas.
Valor: R$ 200,00 a R$ 300,00 (500 ml)
Luís Celso Jr. é jornalista e sommelier de cervejas, consultor, professor e juiz de concursos nacionais e internacionais. Foi terceiro colocado no 1º Campeonato Brasileiro de Sommelier de Cervejas em 2014 e defendeu o Brasil no Campeonato mundial em 2015.
Imagem do sommelier e jornalista Luís Celso Jr. — Foto: Divulgação