Fale Conosco

Notícias

‘Estou correndo atrás de aumentar o sarrafo’, diz Roberto Medina

A experiência bem-sucedida da primeira edição do The Town, em setembro, jogou lá para cima as expectativas de Roberto Medina em relação ao próximo Rock in Rio, em 2024. Idealizador dos festivais, ele afirma que sentiu aumentar a responsabilidade após o sucesso do evento em São Paulo e que agora se desafia para fazer da edição que celebrará os 40 anos do RiR a maior de todas.

  • O show tem que continuar: Próximas edições do Rock in Rio e do The Town têm datas confirmadas
  • Experiência positiva: Luis Justo avalia primeira edição do The Town: ‘Criamos o irmão do Rock in Rio’

— Estou correndo atrás de aumentar o sarrafo, porque, quando a gente acha que está tudo bem, começa a declinar. O próximo Rock in Rio vai ter que ser melhor que o The Town — diz Medina.

O pontapé será dado no réveillon de Copacabana, quando um show de drones, ao som de orquestra sinfônica, marcará a contagem regressiva para a data do festival. Está tudo combinado com a prefeitura que, juntamente ao Estado do Rio, deu ao Rock in Rio, em 2022, o título de patrimônio cultural imaterial da cidade.

Ao longo do próximo ano, para celebrar as quatro décadas do evento, o festival realizará uma megaexposição com memorabilia e outras partes dessa história. Tecnologia avançada também será usada para projetar o RiR daqui a dez anos, segundo seu idealizador:

— A exposição começa em 1985, acompanha a história com os objetos, e chega numa maquete em 3D da Cidade do Rock daqui a dez anos. Quero antecipar o futuro na cabeça das pessoas.

Entre os sonhos que povoam a cachola de Medina, estão o de um estacionamento para carros voadores — o Rock in Rio 2024, aliás, já contará com protótipo —, um monorail no entorno da região e um teleférico dentro do RiR, que levará o público de uma área para outra.

O empresário Roberto Medina, criador do Rock in Rio — Foto: Ana Branco
O empresário Roberto Medina, criador do Rock in Rio — Foto: Ana Branco

Ele também pensa em um projeto que, a partir de alta tecnologia, mantenha uma programação permanente na Cidade do Rock o ano todo:

— Com a realidade aumentada, podemos oferecer shows em holografia em dias que não tiver Rock in Rio. O Rio não pode ficar ancorado apenas no carnaval e no Rock in Rio, tem que ter uma massa de atrações que faça dele um destino turístico o ano inteiro.

Para Medina, a cidade precisa explorar melhor seus atributos naturais.

— Nunca vamos competir com São Paulo no quesito dinheiro, mas com beleza natural — diz. — É preciso projeto que transforme nossas belezas em dinheiro. O Rio está pronto, o pôr do sol é de graça.

Palco Mundo do Rock in Rio, em 2022 — Foto: Alexandre Cassiano
Palco Mundo do Rock in Rio, em 2022 — Foto: Alexandre Cassiano

Semana passada, com os episódios de violência que culminaram com mais de 30 ônibus incendiados, o empresário chegou a questionar o próprio otimismo.

— Uma amiga me ligou dizendo que o Rio não tinha jeito. Respondi: “É mesmo, não tem”. Dez minutos depois, ela mandou uma mensagem dizendo que eu não podia falar aquilo. Queria ouvir de mim que a cidade tem jeito, sim. E acho que tem.

Afinal, se ele não tivesse sonhando lá em 1985, ano de estreia do Rock in Rio…

— Hoje estou falando de carro voador, mas isso é menos disruptivo do que o que fizemos em 1985. Uma época em que não conseguíamos falar por telefone, tinha que ser Telex — conta. — Era terra arrasada, e eu tinha convicção de um projeto audacioso e do potencial do Rio. Pus o bloco na rua. Não é talento, mas capacidade de resistir, ser resiliente. É essa vontade que temos que despertar, apesar de tudo.

Show de Ney Matogrosso abriu o primeiro Rock in Rio da História — Foto: Arquivo O Globo
Show de Ney Matogrosso abriu o primeiro Rock in Rio da História — Foto: Arquivo O Globo

Um musical sob direção de Charles Möeller e Zé Ricardo, nome por trás do Palco Sunset, vai circular por teatros de Rio e São Paulo, contando a história do RiR nesses 40 anos. O espetáculo tem como inspiração o Rio, que servirá de centro para a narrativa. O festival lançará ainda um table book com fotos, histórias e curiosidades sobre o evento.

Quando os portões se abrirem na Cidade do Rock, em setembro, o público vai se deparar com um Palco Sunset em pé de igualdade (em relação à boca de cena) com o Palco Mundo. Ou seja, o festival contará com dois palcos principais. Mérito da música brasileira, que tem atraído tanta gente quanto atrações gringas.

  • ‘Não sei se chego tão longe’: Fernanda Torres fala da série ‘Fim’, de envelhecimento e da mãe, Fernandona

Prova do sucesso do Sunset foi que, na edição passada, o show de Ludmilla arrastou, praticamente, toda a multidão que estava no Palco Mundo. A cantora é, até agora, a única atração confirmada para 2024.

Ludmilla no Palco Sunset do Rock in Rio — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Ludmilla no Palco Sunset do Rock in Rio — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Medina não descarta a presença de Bruno Mars, sucesso absoluto do The Town — mas também não confirma. As portas para o sertanejo, gênero musical que parte do público cobra ver no line up, também não estão fechadas.

— Convidei Luan Santana para assistir comigo ao The Town. Ele foi. Conversamos sobre a vida, mas ainda não sobre esse assunto. Por enquanto, a gente está namorando — define Medina. — Se avaliar, sempre abrimos espaço para todos os estilos: axé, metal, pop, new wave, jazz, MPB. A filosofia não mudou, a ideia é de juntar.

União será o mote do Global Village, nova área que já estreia grandiosa, propondo uma narrativa sobre a necessidade de paz entre os povos.

—Vou buscar grupos palestinos e israelenses para se apresentarem. A gente é uma coisa só, quero trazer essa mensagem. E a música tem a capacidade de unir os diferentes — diz Medina. — Quero desligar tudo, som, telefones, durante três minutos por dia, para propor essa reflexão.

Continue lendo
Clique para comentar

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *