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Felipe Melo revela como Diniz recuperou atletas no Fluminense: ‘Estavam mortos’

Há mais de um ano no comando do Fluminense, onde faz a sua segunda passagem, Fernando Diniz tenta levar o clube carioca à conquista inédita da CONMEBOL Libertadores. E nesta quinta-feira (24), a partir das 21h30 (de Brasília), no Maracanã, com transmissão exclusiva pela ESPN no Star+, tem mais um grande desafio na competição continental, contra o Olimpia, pela ida das quartas de final.

Dividindo o cargo no Tricolor das Laranjeiras com o comando interino da seleção brasileira, o técnico de 49 anos, nascido em Patos de Minas (MG), é conhecido por sua filosofia de jogo única, porém, nos bastidores, também chama atenção de seus atletas por outros motivos.

Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, o volante Felipe Melo, um dos líderes e capitães do clube carioca, contou os bastidores de como é trabalhar com Diniz no dia a dia. E segundo o defensor, que já é veterano e vestiu algumas das principais camisas do futebol brasileiro e da Europa, o treinador é, de fato, diferente. E vai muito além da parte psicológica.

Melo também ironizou as críticas feitas a Diniz logo após o seu retorno ao clube, em abril de 2022, de que o Fluminense não conquistaria nada sob o seu comando. Algo que já caiu por terra com as conquistas da Taça Guanabara e do Campeonato Carioca no primeiro semestre da atual temporada.

“Se fosse apenas um cara que mexe com a cabeça, que entende o psicológico, nós colocaríamos vários psicólogos para serem treinadores de futebol. É claro que se você tem um psicólogo que entende de futebol vai ajudar bastante, porque o cara entende quais são as razões do problema do atleta, e o cara começa a entender a raiz do problema. Isso, de fato, é muito importante nos dias de hoje. Eu já trabalhei com treinadores aí que, no sentido campo, não eram tão bons, mas que eram amigos e que sabiam fazer grupo, e o grupo acabava correndo pelos treinadores. Já teve outros que não eram tão bons assim para fazer grupo, mas eram muito bons em termos táticos e técnicos para arrumar a equipe dentro de campo. E eu vejo que o Diniz é a soma dessas duas coisas. É o cara que conhece os atletas, conhece e sabe entender a raiz do problema de cada um”, começou por dizer.

“Também é um cara muito bom no que se sente no campo. Trabalha muito quando tem que trabalhar saída de bola. Trabalha muito saída de bola, mas é um cara que também trabalha defensivamente. A gente tem que defender muito bem, todo mundo passar a linha da bola, todo mundo defender. Então, não à toa, ele fez grandes jogadores. Aí muitos jogadores que estavam de repente, meio que adormecidos, e eu sou um deles. É claro que eu tive esse problema físico e esse ano é diferente. Eu já comecei o ano com o joelho bom, então isso me ajudou bastante. Mas outros grandes jogadores aí que ele tira o melhor, porque ele tem esse conjunto, nesse quebra cabeça dele aí que ele sabe tirar o melhor do jogador, ele sabe fazer o jogador correr por ele, sabe fazer grupo, mas ele sabe também fazer com que o jogador entenda que tem que marcar, que tem que defender o gol do Fábio, mas com bola no pé tem que ter ousadia e não ter medo para jogar, para ousar. De fato, ele é a soma disso tudo”, prosseguiu.

Nos trabalhos que Diniz realizou, não só no Fluminense, mas em outros clubes do futebol brasileiro, o treinador ficou conhecido por recuperar e até potencializar alguns jogadores que, anteriormente, não estavam rendendo em campo. E Felipe Melo revelou que o mesmo aconteceu no Tricolor.

O defensor não citou apenas jogadores do atual elenco, incluindo a si mesmo, como também outros atletas que já não estão mais no clube, e que antes do retorno de Diniz não rendiam, mas desde que começaram a trabalhar sob o seu comando, potencializaram o seu futebol e, inclusive, acabaram se transferindo para outros times.

Felipe também foi categórico ao afirmar que todos que passaram pelas mãos de Diniz no Flu tiveram alguma melhora de desempenho.

“Todos (foram potencializados). Eu posso falar com você. O Fábio, ele tem hoje a tranquilidade de dominar a bola e de entender que não tem que rifar e muitas vezes tocar a bola. Ele mesmo começa o jogo verticalizando. O Samuel Xavier, segundo ano consecutivo já como o melhor, um dos melhores laterais do Brasil. Eu como melhorei. O Marcelo voltou para o Fluminense e começou a jogar com o Diniz. Agora, aquele futebol que todo mundo sabia que encantou o mundo todo. O Marcelo é um dos maiores laterais da história do futebol. O Nino, olha o Nino jogando futebol, gente! seleção brasileira, o André é seleção. O Lima chegou do Ceará e faz gol, marca, dá passe. Martinelli… o Ganso fez tantos gols na temporada passada. Já se voltou a falar do Ganso, da seleção brasileira. Tá correndo. Porque com bola no pé, o cara realmente é muito diferenciado. O Germán Cano, o artilheiro do mundo, como fez gol. Mas as pessoas só veem só o Germán fazendo o gol. Mas eles não veem o Germán vindo aqui ajudar e marcar muitas vezes como um meio-campista. O Arias hoje é um dos principais meias não do nosso país, do nosso continente. Está na seleção do país. Então é assim”, disse.

“Diversos exemplos que eu posso citar para você, de grandes jogadores e até jogadores que já saíram daqui e jogadores que como eu, estavam, digamos assim, mortos. Mas quando Diniz chegou começaram a jogar, foram bem, foram embora para outros clubes também. Então, se de fato a gente está muito contente e a gente agradece muito a Deus e, é claro, ao presidente, aos diretores que tiveram a sacada de trazer um grande treinador para nos ajudar. Mas nós temos que continuar conquistando para continuar fazendo história, porque senão fica tudo no passado. E se se não ganhar, daqui a pouco todo mundo esquece. E eu costumo dizer que quando a gente ganha jogos nós não somos os melhores. Mas quando a gente perde nós não somos os piores. Mas a gente precisa conquistar troféus, nós precisamos conquistar o troféu que eu já conquistei dois (Libertadores), que nós merecemos. Estamos fazendo de tudo para isso, porque aí sim, depois da conquista, ele pode falar ‘poxa, valeu a pena’. O treinador faz a diferença, o jogador faz a diferença e esse grupo faz a diferença. Então a gente tem que conquistar, porque se não você só falar, essas falas vão ficar pro passado e vão cair no esquecimento”, prosseguiu.

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De Fábio a Marcelo, Felipe Melo diz como Diniz melhorou jogadores do Fluminense

Veterano concedeu entrevista exclusiva ao ESPN.com.br

Por último, Felipe Melo falou sobre a conquista da Jericó do Fluminense, termo que o jogador usa para se referir à Libertadores. E, na visão do veterano, o clube segue dando passos importantes para ser campeão da América, assim como foi duas vezes vestindo a camisa do Palmeiras, seu clube anterior.

“Eu lembro desse primeiro semestre, eu vi muitos comentários e eu confesso a vocês, de coração, que tem muito tempo, já que eu não acompanho programa esportivo no Brasil, mas as redes sociais hoje não nos deixam ficar de fora, e muita gente começa a nos marcar em algumas situações. E eu vi no início que falaram: ‘aí foi só o Diniz chegar que não vai ganhar nada, não vai ganhar nada’. E a gente foi e ganhou um dos principais, quem sabe, em termos de Carioca, principal conquista da história do clube. Por ser uma virada em cima de um time como é o nosso rival com o Diniz. Então, eu acho que a chegada dele já tirou isso de que não ganha nada ele já deu um belo de um passo na carreira. E agora a gente continua dando alguns passos para conquistarmos a nossa Jericó. Sem dúvida nenhuma”, finalizou.

Onde assistir a Fluminense x Olimpia?

Fluminense x Olimpia, pelas quartas da CONMEBOL Libertadores, terá transmissão exclusiva pela ESPN no Star+, nesta quinta-feira (24), às 21h30 (horário de Brasília).

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