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O que não vale a pena comprar nesta Black Friday? E como caçar descontos (de verdade) | Gastar Bem

Isso se explica. Com as altas temperaturas, brasileiros só tiveram cabeça para eles nesta Black Friday: o ar-condicionado e o ventilador. Os dois termos ficaram no top dez termos mais clicados do Google Shopping, a seção de compras do buscador, nos últimos sete dias até ontem.

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Esses tão desejados objetos para aliviar a sensação de calor são justamente os “vilões” dos caçadores de barganhas na Black Friday.

Mas para tudo há solução. E não é porque os preços das categorias subiram que todas as promoções nelas serão ruins. O Valor Investe ajuda você a separar o joio do trigo no mar de ofertas desta Black Friday para entender se vale mais passar calor ou desembolsar algum trocado nesta sexta (24).

Pelo histórico de preços disponível na plataforma Zoom, o preço do ar-condicionado teve uma alta média de 15% nos últimos sete dias e de 18,4% entre o começo do mês e a véspera desta Black Friday.

Em uma busca rápida na categoria, todos os ares-condicionados estão com preços acima da média dos últimos seis meses, de acordo com os dados compilados de diversos marketplaces.

O ar-condicionado também foi o produto mais buscado no Google Shopping no último domingo (20), o terceiro mais buscado na segunda, esteve no sexto lugar das procuras na terça, e no sétimo na quarta.

O caso mais chamativo no levantamento do Valor Investe entre os aparelhos de ar-condicionado no topo das buscas da plataforma Zoom é o modelo portátil da marca Hisense, que ficou 85,3% mais caro desde o começo do mês.

O Hisense portátil de 1200 BTUs (unidade térmica padrão) saía, em média, por R$ 2.373 no começo do mês e atingiu seu pico de preço na véspera da Black Friday, quando tocou os R$ 4.399.

Nos últimos sete dias, o preço do produto sofreu um aumento médio de 35,2%. Com base nos últimos seis meses, o valor atual está R$ 2.683,70 mais caro que o patamar de junho para cá, aponta a plataforma Zoom.

Já os ventiladores ficaram, em média, 12,74% mais caros do começo de novembro até a véspera da Black Friday. Nos últimos sete dias, os valores subiram, em média, 12,6% entre os produtos mais buscados nessa categoria no Zoom.

Nesta semana, o termo “ventilador” também esteve todos os dias entre os dez mais buscados. No domingo, alcançou a terceira posição do ranking, depois desceu para a sétima e, na quarta, ficou como o quarto mais procurado no Google Shopping.

O modelo de mesa Protect de 30 centímetros da marca Britânia foi o que mais encareceu nos períodos analisados pela reportagem. Antes da onda de calor que assolou o país, o produto custava R$ 73 e chegou aos R$ 106 ontem, alta de 45,2% no período.

Em sete dias, o preço médio do produto nos principais marketplaces do país saltou 13,7%. Tendo como referência o valor pelo qual o ventilador foi vendido nos últimos seis meses, no entanto, está apenas R$ 7,24 mais caro.

Os dados do Google deste ano apontam buscas menos focadas nas categorias de eletroeletrônicos e eletrodomésticos para a Black Friday, o que, para Fábio Garcia, líder de varejo de negócios na empresa de tecnologia, é sinal de um consumidor mais evoluído.

“Os dados indicam uma curva de aprendizado da compra on-line durante a pandemia. Há um entendimento maior do brasileiro de como funciona essa jornada de consumo, como a valorização de outros atributos além da margem de desconto. Por isso também temos mais diversidade entre as categorias mais buscadas para a data”, disse Garcia.

Entre os dez produtos que tiveram maior crescimento nas buscas nos últimos sete dias, isto é, que estão atravessando um pico de interesse com a aproximação da Black Friday, estão:

  1. PlayStation 5
  2. Samsung S23 (aparelho celular)
  3. Ar-condicionado
  4. iPhone 15
  5. Kindle
  6. Controle para PlayStation 5
  7. Ventilador de 110 volts
  8. Copo Stanley
  9. Redmi Note 12S (aparelho celular)
  10. Redmi 13C (aparelho celular)

As buscas por “ar-condicionado portátil” arremataram o primeiro lugar nas buscas do Google por compras no último domingo, mas perderam fôlego ao longo da semana, dando lugar ao termo “ar-condicionado” (sem o “portátil”), que seguiu à frente nas pesquisas nos dias que seguiram.

O período coincide com a queda das temperaturas nas principais capitais e o alívio da última onda de calor em muitas regiões do país. Para Ana Fritoli, especialista de insights para o varejo do Google Brasil, os resultados refletem o comportamento imediatista do consumidor.

O calorão de meados de novembro foi um gatilho para o consumidor buscar produtos que atendessem a demanda mais urgente: refrescar-se. Quer dizer, o modelo portátil, mais prático por dispensar a instalação, teve um pico de interesse, já que ele poderia ser usufruído mais rápido.

A Black Friday tende a ser a janela para o consumidor buscar produtos com valores mais elevados e isso aparece bem nas buscas“, explicou Ana. “E apesar de os clássicos sempre aparecerem no top dez, como iPhone, Air Fryer, geladeira e cafeteira, neste ano tivemos surpresas em picos de buscas, como os aparelhos associados à questão climática e até o gerador, algo inédito nesses levantamentos e associado à crise de queda de energia.”

E o que vale a pena comprar na Black Friday?

O que vale a pena comprar na Black Friday, de forma bem resumida, são os produtos que nem todo mundo está buscando. Significa que todos os produtos da lista de mais buscados no Google Shopping estarão mais caros ou com “falsas promoções”? Não, mas certamente são categorias que exigirão mais atenção para não cair nas famigeradas ciladas do “metade do dobro”.

Isso por conta de um princípio básico do mercado: o efeito de oferta e demanda sobre os preços. Neste caso, especificamente, o da demanda.

Assim, o que tende a valer a pena comprar nesta Black Friday, caso esses produtos estejam na sua lista de desejos, são produtos menos buscados nesse período – aqueles que estão estocados e devem ter pouco giro nas próximas estações.

São esses os únicos produtos que vale a pena comprar nesta Black Friday? Provavelmente não, mas são aqueles cujas categorias podem concentrar promoções mais atraentes.

Como o comércio brasileiro se prepara para a chegada do verão, um cobertor tem mais chances de estar com bons preços na nossa Black Friday do que uma piscina de plástico.

Ainda seguindo essa lógica de mercado, o caminho para encontrar as melhores barganhas é se opor à demanda. Se um produto tende a ser pouco procurado no período, ele pode estar com bons preços.

Vamos a exemplo, para você, leitor, inspirar-se para a data:

  • Roupas de inverno: sob altas temperaturas, luvas, cachecóis, blusas de manga longa, casacos, suéteres, meias, botas e calças podem estar com descontos interessantes. Atenção especial às peças que foram tendência nas últimas temporadas de moda e estão na sua lista de desejo, elas podem estar com preços melhores agora. Mas atenção: modelos clássicos, como calças jeans, casacos básicos ou produtos de couro, devem fugir à lógica das queimas de estoques, porque podem voltar aos mostruários nas próximas estações.
  • Cobertor e edredom: embora sejam usados o ano todo, é mais comum o consumidor só buscar esse tipo de produto com as baixas temperaturas. Mas isso costuma acontecer mais para frente, de abril em diante.
  • Aquecedor: o aparelho é o típico eletrodoméstico buscado apenas no inverno no Brasil. Quem lembra que o aparelho de geração de calor existe sob um “pré-verão” de 40°? Por isso muitos modelos podem estar escanteados nos estoques e alguns varejistas tentarão se livrar deles agora.
  • Vinhos: a bebida não é mais associada somente ao inverno e já há vinhos recomendados para consumo gelado (alguns tipos de branco, verde e rose). Mas talvez haja ótimas barganhas entre os vinhos tintos, mais comumente consumidos nas baixas temperaturas.

*Sob supervisão de Daniele Camba

black friday — Foto: Freepik
black friday — Foto: Freepik

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