Fale Conosco

Notícias

Piscinão de Ramos enche e expectativa é que receba até 50 mil pessoas neste domingo

A orla do Piscinão de Ramos não para. Dos ônibus que chegam na Avenida Brasil, descem dezenas e mais dezenas de pessoas. As passarelas que desembocam no grande lago artificial estão lotadas de gente. Todos ávidos para se atirarem na água. Um garoto diz para a prima, assim que emerge do refresco: “É, essa ideia foi melhor do que ficar em casa no videogame”. Esse é o clima em Ramos, que deve receber até 50 mil pessoas neste domingo, segundo os Bombeiros.

  • Verão antecipado: Sensação térmica no Rio chega a 47,5 graus neste domingo
  • Manutenção no Guandu: Veja quando pode faltar água no Rio

Joelma Ribeiro, de 50 anos, faz sucesso na faixa de areia como a “Lora do bronze”. Comerciante no local desde a inauguração, em 2001, ela mudou os rumos do negócio para aproveitar a crescente demanda por bronzeamento das clientes. Hoje — além dos petiscos, bebidas e aluguel de cadeiras —, seu carro chefe é o tratamento para deixar “marquinhas” de biquíni nas banhistas.

O espaço da Lora é movimentado, o que a faz não parar nem por breves segundos. Por dia, chega a atender 50 clientes que buscam pelo serviço estético, alem das outras dezenas que apenas se sentam e consomem por ali.

Banhistas correm atrás de marquinha de biquíni — Foto: Gustavo Silva
Banhistas correm atrás de marquinha de biquíni — Foto: Gustavo Silva

— Moro em Ramos desde que nasci e vi o piscinão sendo construído. Eu fico emocionada de estar aqui. Vim vender minhas coisas aqui para fugir do desemprego e hoje virou minha vida. Vivo mais aqui do que na minha própria casa. Nesses dias quentes, comemoro. Quanto mais sol, mais gente, mais biquínis e mais bebidas vendidas — declara.

Não é difícil, no entanto, escutar reclamações no piscinão em um dia tão quente. Uma banhista relata aos parentes: “Está muito cheio, mal tem espaço para ficar na cadeira sem esbarrar nos outros”.

Residente da Ilha do Governador, Carla Aparecida, de 42 anos, faz o mesmo há sete anos: em dias de calor, separa o biquíni e ruma ao piscinão. Em horário estratégico, ela chega bem cedo para aproveitar o calor, se refrescar e fugir da lotação.

— Dá na telha, eu venho sozinha, para pegar um sol. Compro uma cervejinha e curto bem. Me sinto rainha. Aqui é muito sossegado, seguro, um ambiente familiar. Me sinto quase que em casa.

Na outra ponta da orla, Cida dos Santos, de 59 anos, está animada com o calor. Ela vende bebidas e aluga cadeiras aos clientes, que chegam aos montes. A paraibana veio ao Rio de Janeiro há 40 anos e viu, no comércio do Piscinão de Ramos, uma maneira de encontrar a própria independência.

— Desde que vim, passei anos como diarista. Há cinco anos, comecei a vender picolé aqui, porque queria me separar de um relacionamento abusivo. O pessoal daqui se juntou e me ajudou a conseguir um comércio. Esse piscinão é uma benção. Vejo a previsão do tempo, vejo que vai dar sol e fico animada. E meus clientes sempre voltam, porque trato eles com muito carinho.

Filho de Cida, Joseilton dos Santos, de 32 anos, tem uma barraca ao lado da mãe, mas deixa claro: não competem; pelo contrário, se ajudam. Apesar de já bem cheio, o comerciante ressalta que o lugar ainda não atingiu o potencial máximo.

— Nossa expectativa é de ter muita gente nesses dias, porque isso aqui lota demais. E fica cheio porque aqui é uma oportunidade muito grande das pessoas terem um lazer sem ter que ir para muito longe. E isso é muito bom. A gente atende bem, o lugar é legal, nós conseguimos vender nossas coisas…Todo mundo se dá bem.

Refúgio no Alto da Boa Vista

No Alto da Boa Vista, pessoas andam de sunga e biquínis no meio da floresta. Por mais estranho que pareça, o motivo são as cascatinhas naturais do local, em que os cidadãos aproveitam para vencer o calor. A mais cheia é cascatinha Taunay, que é mais próxima da subida. Nela, famílias e mais famílias dividem o apertado espaço para curtir a geladíssima água que escorre floresta abaixo.

Juscele de Abreu, de 39 anos, aproveitou o calor para levar toda a família para a cachoeira. Ao todo, são oito pessoas curtindo as águas, dentre irmãs, filhos, sobrinhos e primas. A vendedora de moda feminina saiu do Grajaú para, pela primeira vez, conhecer o local.

— Adorei a experiência. Aqui é muito bom, um lugar familiar e calmo, com água fresca. Deu para fugir da quentura. Virei mais vezes. Na verdade, pela vontade das crianças, ficaríamos para sempre nessa cachoeira.

Continue lendo
Clique para comentar

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *