Notícias
Veja em fotos como foi ação dos policiais civis presos por tráfico de 16 toneladas de maconha
A operação Drake, da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio (MPRJ), que prendeu quatro agentes da Polícia Civil e um advogado por tráfico de drogas, na manhã desta quinta-feira, teve início no dia 8 de agosto deste ano, a partir de uma informação da inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os cinco são acusados de “escoltar” um caminhão com 16 toneladas de maconha. A denúncia do MPRJ inclui fotos de câmeras de segurança que mostram como os policiais agiram para abordar o veículo que levava o entorpecente.
- Operação Drake: Promoção por bravura, tiros em Fat Family, testemunha em caso de corrupção: saiba quem são os policiais civis presos
- Novo troca-troca: Após mudança de secretário de Polícia Civil do Rio, Alerj mira a PM
Em agosto deste ano, duas viaturas ostensivas da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) abordaram o caminhão, que veio de Mato Grosso do Sul, carregado com a maconha, na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro. Após escoltarem o veículo até a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, os agentes negociaram, por meio de um advogado, a liberação da droga e a soltura do motorista, mediante o pagamento de propina.
Segundo as investigações, após as negociações, três viaturas da especializada escoltaram novamente o caminhão, agora até os acessos de Manguinhos, também na Zona Norte.
No local, a carga de maconha foi descarregada pelos criminosos. A Cidade da Polícia e um dos acessos à comunidade ficam a poucos metros de distância.
- Promoção por bravura, tiros em Fat Family, testemunha em caso de corrupção: saiba quem são os policiais civis presos
A denúncia apresenta fotos do momento em que as viaturas passam na Rodovia Presidente Dutra. Os carros passaram pelo pedágio do KM 213 da BR-116 no sentido São Paulo, na manhã do dia 8, e voltaram pela pista sentido Rio de Janeiro na tarde daquele mesmo dia, porém, desta vez, com o caminhão.
A partir das imagens, foi possível identificar o policial Alexandre Barbosa da Costa Amazonas como condutor de uma das viaturas da Polícia Civil.
Além dele, foram presos os policiais Eduardo Macedo de Carvalho; Renan Macedo Villares Guimarães; e Juan Felipe Alves da Silva; e o advogado Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão. Silva é ex-chefe do setor de investigações da DRFC e da DRFA.
De acordo com a denúncia do MP, “os crimes averiguados são concretamente graves, pois se trata de denúncia envolvendo agentes públicos e advogado, como incursos na suposta prática do crime de tráfico de drogas interestadual, corrupção passiva e corrupção ativa”.
Policiais civis e advogado são presos por tráfico de 16 toneladas de maconha
.
A juíza titular da Vara Criminal da Comarca de Resende, Ludmilla Vanessa Lins da Silva, afirmou, na decisão que decretou a prisão dos policiais, que os acusados podem ter aumento de pena porque o crime foi cometido pelos policiais e na estrutura da delegacia, além de ter sido interestadual. “O crime de tráfico de drogas em tela foi cometido mediante a participação de servidores públicos, nas dependências e estruturas da Cidpol (unidade policial), das viaturas da Polícia Civil e de seus armamentos, especialmente para a realização da escolta do caminhão, levando ao seu destino entorpecentes trazido de outro Estado da Federação, a saber, o Mato Grosso do Sul, incidindo as causas de aumento de pena previstas no artigo 40, incisos II, III, IV e V, da Lei n.º 11.343/06.”
Para o cumprimento dos mandados, a PF teve o apoio da Corregedoria da Polícia Civil do Rio. Por meio de nota, a corporação afirma que a “Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) apoiou a ação para cumprimento das ordens judiciais e está instaurando Processos Administrativos Disciplinares (PADs). A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, reiterando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade”.
A investigação foi feita pelo Grupo de Investigações Sensíveis da PF (Gise/RJ) e pela Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ) em conjunto com Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Resende.