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Vice com Portugal explica por que seleção teve insucessos após título da Euro

Portugal é uma das seleções apontadas como candidatas ao título da Eurocopa. Com Cristiano Ronaldo como capitão, a seleção lusitana disputa seu primeiro torneio sob o comando de Roberto Martínez e possui uma geração que inspira confiança, com nomes como Rafael Leão, Vitinha, Bernardo Silva e Bruno Fernandes.

Neste sábado (22), o time português enfrentará a Turquia em busca da segunda vitória e eventual classificação para o mata-mata da Euro. Na estreia, com o brilho de jovens jogadores, a equipe venceu a República Tcheca de virada.

Mas nem sempre a atual geração portuguesa conseguiu convencer nos grandes torneios. Uma das referências antigas da seleção, o ex-meio-campista Costinha concedeu entrevista ao ESPN.com.br e falou do assunto.

O ex-camisa 6 admitiu que, após a conquista da Euro em 2016, Portugal decepcionou nos grandes palcos, mas usou Roger Federer e Zinedine Zidane para dar uma explicação dos motivos para isso ter acontecido.

“Eu diria que o público em geral teve sempre muita confiança na seleção portuguesa. O que eu acho é que Portugal, durante muitos anos, teve grandes seleções, grandes jogadores e não conseguiu ter dentro dessas competições o impacto que deveria ter tido. Isso cria alguma instabilidade em termos daquilo que é o raciocínio das pessoas relativamente à seleção portuguesa”, disse.

“Muita gente diz que a seleção de Portugal ganhou a Eurocopa em 2016, mas não jogava tão bem e acabou por ganhar. Ou que outras nações que jogaram melhor não venceram. E muitas vezes tem a ver com o espírito da seleção, o próprio momento”, seguiu.

“Há poucos dias, eu vi o Federer e o Zidane falando muito sobre o que é sucesso, aquilo que é a capacidade de muitas vezes vencer. E eles próprios também admitem que às vezes você está em uma competição como uma Eurocopa ou uma Copa do Mundo e do outro lado há grandes seleções, grandes jogadores. E depois é preciso ver o momento de cada um. Portanto, é preciso ver se está tudo no caminho certo para que a competição possa correr como se espera”, completou.

Costinha também apontou um dos problemas da equipe para atender às expectativas dos torcedores.

“Eu diria que há um sentimento maior de que Portugal sempre pode fazer um pouco mais e em determinados momentos não conseguiu, mesmo que a qualidade pareça que sempre esteve lá. É verdade que esta geração da Euro 2024 é forte, mas as gerações anteriores também eram fortes”, avaliou.

“Não podemos esquecer que muitos dos jogadores chegam a esta competição com muitos jogos nas pernas, com um desgaste grande e, portanto, há sempre fatores que têm que ser considerados para que esta competição possa ser levada dentro de uma regularidade”, acrescentou.

Favoritismo dividido e fator surpresa na Euro

Ansioso para ver o desenrolar da Euro, Costinha aponta um grande número de favoritos, com Portugal entre eles. Mas destacou a necessidade de se manter a mentalidade certa durante a disputa.

“Há uma expectativa muito grande, penso que não é só da minha parte, mas do público em geral, de ver o comportamento da seleção portuguesa, porque também estamos perante uma seleção extremamente forte. Mas há mais seis seleções que podem se mostrar dentro do mesmo nível e, portanto, há esta ansiedade de ver a bola rolar, de ver como é que a equipe vai se comportar perante os desafios que vai ter”, afirmou.

“Portugal teve uma fase de eliminatórias tranquila, não enfrentou grandes seleções, mas, ainda assim, muitas vezes, se não tem a mentalidade certa, acaba por não ter o resultado que espera. Há essa esperança de ver novamente a seleção portuguesa brilhar em uma competição tão importante como é a Eurocopa”, continuou.

Mas a lenda de Portugal ainda relembrou a campanha vivida em 2004 para citar a necessidade de ter atenção com seleções menores que podem aprontar alguma surpresa.

“E depois há aquelas seleções que aparecem durante a Euro, porque é um europeu que abriu as portas para seleções que dificilmente se classificavam e esse entusiasmo pode criar alguma surpresa em algumas seleções. Infelizmente, nós sofremos esse impacto em 2004, em casa, com a Grécia, por exemplo”, falou.

“Se olhássemos para aquilo que era o panorama da Grécia, ninguém diria que eles venceriam a Euro. E é preciso ter atenção, tem que se confiar muito na sua capacidade, mas desconfiar sempre do adversário. Se não tivermos a 140%, tenha certeza de que uma seleção com um pouco mais de entusiasmo vai levar a melhor sobre nós”, finalizou.

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